FT-CI

MÉXICO

Crise política após o massacre Iguala

14/10/2014

Crise política após o massacre Iguala

O fuzilamento de 22 supostos delinquentes em Tlataya, Estado do México, pelas mãos do exército em junho passado e o massacre de estudantes "normalistas" em Iguala, Guerrero, abriram uma crise institucional no México. Isto em um contexto de crescimento da impunidade com a qual atuam os grupos de narcotraficantes e sicários que enchem as ruas de mortos, onde a ingovernabilidade é evidente.

A crise institucional se deve ã violência estatal, a cumplicidade de funcionários com o crime organizado, a amizade cumplice do Presidente Peña Nieto (PRI) com o repressivo governador perredista de Guerrero (o ex priista Angel Aguierre Rivero), e o inexplicável apoio deste ao prefeito de Iguala apontado como assassino de opositores a seu governo e como responsável do massacre e desaparecimento dos normalistas de Ayotzinapan.

Há muita indignação pela facilidade com que o apontado como narco-prefeito de Iguala pôde fugir, sem que o governador tomasse medidas preventivas, ou que o governo federal interviesse imediatamente (10 dias depois tomou o controle da segurança estatal).

O governo de Obama está apressando Peña Nieto a resolver já esta crise que danifica a imagem de regresso ao poder do PRI, enquanto o Senado exige que se investigue a fundo - uma necessária hipocrisia imperialista para não ficarem tão "colados" em seu sócio menor.

No velho continente, onde os principais diários apontam ã justiça mexicana como selvagem, o Parlamento Europeu ameaça congelar "qualquer modernização dos acordos bilaterais" com o México. É que ã transição democrática aconselhada pelas grandes potências não convém este desprestígio das instituições.

O desaparecimento dos 43 normalistas, e a possibilidade de que os corpos encontrados em covas clandestinas sejam destes, incrementa o descontentamento a nível nacional e a mobilização popular - até setores empresariais marcharam contra a insegurança e o poder narcotraficante.

Na marcha do 8 de outubro em repúdio ao massacre dos normalistas se mobilizaram mais de 60.000 pessoas, houve ações em Guerrero e na maioria dos estados do país. Se ouvia fortemente: Governo assassino! que o presidente renuncie! punição ao governador Aguirre! não estão sós! Até Cuauhtémoc Cárdenas, o líder moral do PRD, foi apontado na marcha como cúmplice, por pertencer a este desprestigiado partido.

As mensagens em cadeia nacional do presidente não bastam para recompor sua imagem, como tão pouco a ordem de Los Pinos a suas principais embaixadas no mundo de difundir sua "condenação categórica" a estes assassinatos "indignantes". O descrédito internacional é tremendo a só dois anos do governo priista.

Isto levou a Luis Vedegay, o poderoso secretário da Fazenda, a declarar que provavelmente esta situação afete os investimentos estrangeiros no México, em um contexto de muito débil crescimento econômico.

É uma crise que toca também ao PRD, o partido que desde a centro esquerda serviu como apoio do regime de alternância que surgiu ante a crise terminal do priato.

E não somente mostra a este partido ligado aos cartéis da droga, que impõem ou cooptam candidatos a postos de governo, senão que debilita a este importante aliado do PRI que veio desviando o descontentamento popular contra o governo. Hoje se aprofunda a crítica a seu suposto caráter opositor.

Assim, as milionárias somas investidas para promover a imagem do governo a nível internacional não evitam o repúdio nacional e internacional ante a situação que atravessa o país e a sorte que sofrem os lutadores opositores. No sábado 11, durante um programa de rádio, dois sicários assassinaram na cabine o líder do movimento de desalojados da represa Picacho, no estado de Sinaloa.

O massacre de estudantes aprofundou a polarização e ativou a mobilização onde as demandas de estudantes, professores e comunidades camponesas mostram sua potencialidade ao exigir a renúncia do governador e desaparição de poderes na entidade.

Ao mesmo tempo começa a surgir um movimento democrático que já está convocando a outra marcha para a próxima semana exigindo a apresentação com vida dos estudantes normalistas de Ayotzinapa.

Surgiu um dilema para o PRI, que o ano que vem enfrentará eleições para governadores e câmaras estatais. Nestas eleições se renovará a totalidade das 500 vagas da Câmara de Deputados, 9 governadorias, 641 deputações em 17 entidades, 993 prefeituras em 16 estados e as 16 delegacias no Distrito Federal.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)