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Brasil - LER-QI

Por um 1° de Maio classista, democrático e antiimperialista!

28/04/2011

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Neste 1° de Maio, mais uma vez, veremos a CUT, Força Sindical, CTB e todas as demais centrais sindicais patronais e governistas organizando festas, distrações e distribuições de “prêmios”. Um verdadeiro circo para enganar os trabalhadores. Esses dirigentes sindicais burocráticos, vendidos, que estão de barriga cheia com cargos nos sindicatos, centrais, organismos dos governos e legislativos renegaram a história de luta deste Dia do Trabalhador. Como os velhos pelegos da época da ditadura agora fazem festas e palanques com os patrões e políticos burgueses. Fazem parte do “partido dos exploradores” que enganam com demagogias para garantir os lucros dos capitalistas em troca de receberem migalhas como privilégios sociais.

Estaremos na Praça da Sé, domingo (1° de maio), e esse ano teremos como consignas centrais o combate estratégico contra a precarização do trabalho, exigindo a efetivação de todos os terceirizados para que se cumpra a bandeira de “trabalho igual, salário e direitos iguais”, por uma campanha nacional pelos direitos humanos e democráticos, exigindo o fim da impunidade aos torturadores, mandantes e financiadores empresariais dos crimes da ditadura militar, a abertura dos arquivos do regime militar, apuração, julgamento e punição de todos os criminosos que vivem livres nos órgãos do governo (ABIN, Gabinete Militar da presidência da República, polícias civis e militares) que continuam atuando para vigiar, perseguir e preparar processos e criminalizações contra os lutadores sindicais, populares e estudantis, nas instituições como as universidades (que mantêm seus serviços de informações para rastrear e perseguir os que lutam em defesa da educação pública e gratuita para todos) que continuam processando estudantes, professores e funcionários (há anos lutamos contra a reitoria, o governo tucano e a justiça paulista pela reintregração do dirigente do Sintusp Brandão, contra os diversos processos criminais que atingem dirigentes desse sindicato combativo e os vários processos contra estudantes que lutaram pela moradia e contra a invasão policial), contra a repressão aos que lutam, exigindo o arquivamento incondicional e imediato de todos os processos contra os lutadores sociais do movimento sem terra, sem moradia, sindical, estudantil e os 13 presos no Rio de Janeiro que se manifestaram contra a presença de Obama.

Também estaremos nesse dia de luta operária combatendo contra a intervenção imperialista na Líbia, na África do Norte e no Oriente Médio, que em nome de “ações humanitárias” pretendem garantir o domínio colonialista contra esse povo historicamente oprimido. Assim a intervenção imperialista – apoiada até mesmo por setores de esquerda – pretende esconder seus objetivos de rapina e opressão contra nossos irmãos da região do Magreb, tentando utilizar o legítimo repúdio do povo líbio e do mundo inteiro contra a ditadura de Kadafi – um dos principais aliados desse imperialismo nas últimas décadas, com suas medidas de privatização e superexploração dos trabalhadores e do povo líbio. Da mão do imperialismo estadunidense, francês, ingês e europeu não pode vir qualquer liberação do povo líbio, árabe e norte-africano. A queda de Kadafi e de todos os ditadores da região deve ser obra de ações independentes, combativas e revolucionárias das massas trabalhadores e oprimidas, sem qualquer confiança nas burguesias locais e no imperialismo. A Otan (EUA, França, Alemanha, Inglaterra) ataca a Líbia mentindo que está defendendo os civis dos ataques de Kadafi mas nada faz contra o seu aliado Bashar Al Saad, da Síria, que todos os dias reprime e mata dezenas de manifestantes que exigem liberdades democráticas.

Sendo um dos principais países da América Latina os trabalhadores e a esquerda brasileira não podem se calar diante do reacionário processo de restauração capitalista que Fidel, Raul Castro e a burocracia do PC cubano e das forças armadas acabaram de aprovar no VI Congresso, em Havana. As medidas do plano chamado de “Alinhamentos” busca enterrar todas as conquistas da revolução cubana, abrindo a economia para o capital estrangeiro e as empresas privadas, preparando demissões de quase um milhão de trabalhadores, retirando direitos conquistados na saúde, educação, moradia e alimentação. A burocracia castrista, apoiada por Hugo Chavez, correntes e intelectuais do PT, PCdoB e PCB e o governo brasileiro que busca “aproveitar as vantagens da restauração capitalista”, pretende implementar nos próximos anos um planoe econômico e político, negociado com a Igreja Católica e setores do imperialismo, que fará Cuba retroceder dos avanços conquistados pela expropriação da burguesia e ruptura dos tratados imperialistas. Neste 1° de Maio cumpriremos nossa obrigação militante, classista e revolucionária, de defender a Revolução Cubana, suas conquistas sociais (a propriedade estatizada), combatendo o plano castrista de restauração e defendendo a revolução política para garantir as conquistas revolucionárias, revisar os planos burocráticos de privilégios para os dirigentes do partido único, do Estado e das forças armadas e implementar medidas de planificação democrática e democracia operária, como a liberdade e legalização dos partidos que defendam a revolução, organismos de luta e democracia dos trabalhadores e das massas para decidir sobre tudo, eliminar os privilégios dos burocratas sindicais e políticos (expulsá-los do poder) e combater a desigualdade salarial e social imperante em Cuba, tarefas básicas para barrar o caminho que os Castro preparam para reintroduzir o capitalismo em negociação com a Igreja Católica, o imperialismo norte-americano e os guzanos (emigrados de Miami).

Não deixaremos de brindar o ressurgimento da classe operária boliviana que nas últimas semanas impuseram greve geral e manifestações combativas contra o governo Evo Morales que se desmascarou como um agente dos negócios capitalistas, não deixando de reprimir as manifestações operárias e populares.

Um Primeiro de Maio para que a esquerda e as organizações operárias e populares dêem um passo adiante no classismo e na combatividade

Infelizmente, mais uma vez, a esquerda organizará um 1° de Maio sem encarar esses fatores essenciais da realidade nacional e internacional. Pela convocação que publicaram pretendem mais uma vez repetir uma missa ás 9 horas da manhã (um pedágio que pagam ã reacionária Igreja Católica) e um ato a partir das 10h30min sem eixos políticos classistas, democráticos e antiimperialistas.

Justamente porque toda a esquerda tem acordo em “rezar” na Catedral da Sé não aparece neste 1° de Maio a luta contra a homofobia, pelo direito ao aborto livre, seguro e gratuito, direitos civis aos gays, contra os crimes da ditadura e pela ruptura do pacto de silêncio. Esses são temas que a cúpula da Igreja impôs ã própria presidente Dilma quando era candidata, obrigando-a a renegar todos esses direitos democráticos. Ou seja, a esquerda que se diz antigovernista nega-se a combater a posição reacionária do governo Dilma, do PT, do PCdoB, da CUT, da UNE e da intelectualidade reformista que se cala diante das agressões e assassinatos contra as mulheres e os homossexuais e a ousadia dos grupos nazi-fascistas que pregam publicamente a morte dos nordestinos, negros, lutadores sociais e comunistas.

Ao contrário dessa esquerda que aceita a “legalidade burguesa” e não quer enxergar e assumir a tarefa combativa pelos direitos democráticos, estaremos nesse 1° de Maio em defesa dos direitos das mulheres, dos homossexuais, dos negros e nordestinos, convocando uma campanha unificadaa e ativa para enfrentar os grupos nazi-fascistas que buscam se consolidar diante da covardia do governo, do PT, do PCdoB, da UNE, CUT e seus intelectuais.

Nesse ano em que completa 47 anos do golpe militar e do silêncio e impunidade dos crimes cometidos e patrocinados pelos militares, policiais civis, empresários, políticos e cúpula da Igreja Católica, estaremos exigindo que a esquerda assuma uma verdadeira campanha nacional contra a impunidade, pela abertura dos arquivos da ditadura, apuração, julgamento e castigo de todos os envolvidos nos crimes da ditadura, recuperando a memória dos que tombaram, foram torturados e presos no combate ao regime ditatorial e ao terror do Estado. Não pode haver democracia quando reina o silêncio e a impunidade! Os criminosos da ditadura seguem livres e atuantes, nas instituições dos governos, polícias e serviços de informação. Basta!

Os trabalhadores precarizados, superexplorados, se levantam nas obras do PAC e na USP, demonstrando que o “Brasil potência” está sendo movido pela miséria, sangue e suor dos que só têm a sua força de trabalho para negociar nesse regime de consumismo social. Os salários rebaixados, a falta de direitos e a instabilidade no emprego atinge mais da metade da população trabalhadora. Enquanto isso os sindicatos governistas (CUT, Força Sindical, CTB, CGTB e Cia.) atuam como “bombeiros” e “emissários do governo” para negociar com as empresas algumas migalhas, que no final resultam em ameaça de demissões, como estamos vendo na postura da Camargo Corrêa que pretende demitir 6 mil trabalhadores que se rebelaram em Jirau. Diante disso, infelizmente, a esquerda também não propõe qualquer plano combativo que deveria partir da defesa do emprego, direitos e salários iguais para todos os trabalhadores precarizados, efetivação de todos os terceirizados no serviço público sem concurso e nas empresas privadas com os mesmos direitos e salários dos efetivos. Neste 1° de Maio estaremos levantando essas bandeiras, mesmo sozinhos, já que a esquerda denuncia essa situação mas se acomoda ao clima de passividade e inação, mesmo diante do impacto das rebeliões dos trabalhadores de Jirau, Suape e outras regiões, e na última semana dos e das terceirizadas da USP que depois de 12 dias de greve impuseram ã universidade o pagamento dos salários, direitos e rescisão, além de colocar na ordem do dia, com o apoio de estudantes, professores e intelectuais, a única solução real contra a precarização e terceirização: efetivação de todos os terceirizados.

Nesse 1° de Maio convocamos para estar conosco todos os trabalhadores, estudantes, professores e intelectuais que estiveram conosco na luta pelos direitos dos e das terceirizadas da USP, pela efetivação de todos, que se comoveram com a rebelião dos peões nas obras do PAC e começam a ver que o governo Dilma, Alckmin e Kassab preparam planos antipopulares com ataques contra o emprego, salários, custo de vida, direitos trabalhistas e previdenciários, sucateamento da educação pública e superior, e que se dispõem a levantar as bandeiras democráticas das mulheres, negros, homossexuais e de punição aos crimes da ditadura. Este é um dia de luta! Estaremos a postos!

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