29/11 Eleições em Honduras: A festa esquecível
04/12/2009
Cerca de mil pessoas se concentraram no parque central da capital industrial do país, San Pedro Sula, quando foram reprimidos com gases lacrimogêneos, balas de borracha e caminhões hidrantes. Nesta situação, um jornalista colombiano da agência Reuters sofreu uma ferida na cabeça e ao menos dois membros da resistência foram detidos. A imprensa local reporta dezenas de feridos, enquanto a divisão especial COBRAS rodeava a Radio Uno que transmitia os acontecimentos. Ao cabo de uns minutos, a Radio Globo que estava em comunicação com os colegas de San Pedro Sula, sofreram interferências e sua transmissão foi interrompida.
Enquanto isso, em Tegucigalpa, os comícios continuam sem, ao que podemos ver, maior participação que pela manhã, que já foi escassa. Na tentativa que aumente o número de votantes, o Tribunal Supremo Eleitoral tem ditado que o ato eleitoral se estenda por uma hora mais que o habitual.
As duas da tarde, cidadãos norte-americanos se concentraram frente ã embaixada dos EUA em Tegucigalpa, para exigir que seu governo não legitime estas eleições, denunciando as violações aos direitos humanos que estão se sucedendo ao tempo que transcorre os comícios. “Obama, atention, say no to this election” e “Si tem repressão, não tem eleição” eram as consignas que se alternavam com as declarações aos mais de trinta jornalistas internacionais que se juntaram frente ã fortaleza que alberga ã embaixada, enquanto uma quantidade similar de soldados e policiais rodeavam a improvisada conferência de imprensa e o helicóptero voltava a observar desde as alturas o que acontecia. Apesar da presença dos meios de comunicação, a embaixada não recebeu ã delegação de cidadãos norte-americanos.
Enquanto falta só uma hora para o fechamento dos comícios, os políticos golpistas, funcionários do regime e jornalistas dos grupos midiáticos hondurenhos afins ã ditadura de Micheletti, mostram seus dedos pintados de preto ante as câmeras, ao tempo que seguem alentando ã gente a votar no que, só eles, consideram uma “festa cívica”.